segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A Importância da Inclusão Social para os Portadores de Doença de Parkinson

José Antônio Feitosa Apolinário
Graduação e Mestrado em Filosofia pela UFPE, Professor do Curso de Pós-Graduação da FACOL



Não é preciso ser um especialista para compreender que a medicina em todas as suas áreas vem atestando cientificamente e enfatizando o primado da sociabilização para a recuperação de enfermos e para um convívio mais qualitativo de indivíduos portadores de determinadas patologias. É nesse sentido que os imperativos de uma contínua inserção social são indispensáveis aos portadores de Parkinson. Essa é uma das preocupações que estão na ordem do dia entre os participantes e colaboradores da ASP-PE.
Em virtude das restrições motoras e de todo peso psíquico que elas acarretam, o portador de Parkinson é paulatinamente forçado a viver um envelhecimento natural associado à diminuição das possibilidades de participação social, submetendo-se a uma progressiva ‘semi-reclusão’. É como se o corpo que degenera, cada vez mais limitado, implicasse numa desnaturalização da essência social do homem, de sua condição natural para desenvolver-se no seio das inter-relações humanas. Ser homem é ser com, é ser com os outros. Considerando tal afirmação, a inclusão social é uma garantia de manutenção da própria humanidade nos indivíduos, pois por meio dela, eles se percebem não apenas como acolhidos por aqueles que são seus cuidadores, mas como integrados à experiência cotidiana que familiares e amigos lhes proporcionam. Sendo assim, a relação com outros indivíduos, além de assegurar a dimensão da afetividade, é ao mesmo tempo constitutiva de sentido: o portador sente-se respeitado, é encorajado em sua auto-estima e se reconhece como existente que mesmo limitado em suas possibilidades físicas, mantém acesa a importância da qualidade de vida.
Dessa forma, o significado do trabalho de grupos de apoio e entidades que se solidarizam com a aflição, tanto de portadores como de seus entes é, sobretudo, o de consolidar e fortalecer a inclusão dos parkinsonianos na sociedade, na intenção de fazê-los cultivar vivências inclusivas e de esclarecerem-se acerca de sua própria condição, bem como manterem-se informados sobre novos tratamentos e novas perspectivas de convívio com a doença.

Nenhum comentário: