sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Flor do Mandacaru






Por Ilana Ventura

Aos poucos, alguns membros da Associação de Parkinson de Pernambuco iam chegando ao teatro da Universidade Católica de Pernambuco. Era dia 12 de novembro, dia de apresentação do coral Flor do Mandacaru. Às 19h30, vestidos com a camisa branca do coral, todos tomaram seus lugares no palco, sob o comando da regente, musicista e fonoaudióloga Carmem Pontes. “Zzzzzzzz”, “muáááá”, “muéééé”, “muííí”, esses eram os sons do exercício vocal de preparação para a cantoria. Não demorou muito e os acordes do violão de Juliana Andrade foram ouvidos e eles começaram: “Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão...”; e a platéia ajudou no refrão “É preciso saber viver, é preciso saber viver, saber viver...”.
Com a canção “É preciso saber viver”, de Roberto Carlos, os membros do coral Flor do Mandacaru, formado por pessoas com Parkinson, seus acompanhantes e alguns integrantes do grupo de dança Mandacaru Unicap deram início a mais uma apresentação. Seu José Mário, acompanhante de Dona Leninha, sua esposa, fala com alegria da experiência de participar do grupo. “É algo que faz com que a gente atinja mais um degrau, ultrapassando barreiras. Enquanto ajudador, a possibilidade de alegria é imensa. Falando por Leninha, sei da alegria que a toma porque ela quer participar da vida intensamente, e essa é também uma grande oportunidade”.
A outra canção entoada pelo coral Flor do Mandacaru foi o clássico “Noite Feliz”, música natalina que fala do nascimento do Menino Jesus. Segundo a fonoaudióloga, musicista e musicoterapeuta Carmem Pontes, que acompanha o coral há um ano, a escolha das músicas é feita pelos próprios integrantes. Carmem ainda comenta sobre a experiência gratificante de ser voluntária no trabalho com as pessoas com Parkinson. “Sou realizada porque sempre tive vontade de transmitir o que eu aprendi como musicista e fonoaudióloga para quem tem vontade de aprender. Eles são amáveis, têm força de vontade e isso me deixa muito feliz”.
O Coral Flor do Mandacaru é fruto do trabalho desenvolvido na Universidade Católica de Pernambuco com alguns membros da Associação de Parkinson de Pernambuco (ASP-PE) há quatro anos. Atualmente, a coordenação dos trabalhos é da professora e fonoaudióloga Maria da Conceição, da coreógrafa do grupo de dança Mandacaru Unicap, Ana Cecília Soares e da fonoaudióloga e musicista Carmem Pontes. Os encontros acontecem todas as terças-feiras, na própria universidade. Os interessados em participar precisam entrar em contato com a ASP-PE pelo telefone 3424.2710.

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