segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Personagem

A partir desta edição, o jornal da Associação de Parkinson de Pernambuco (ASP-PE) vai trazer para você histórias de vida de pessoas que superaram dificuldades, venceram obstáculos e hoje transmitem mensagens de esperança a cada um de nós. É a coluna Personagem. Nela você poderá conhecer e reconhecer amigos, inclusive participar, contando sua história, basta ligar para a ASP-PE e pedir: “Eu quero ser um Personagem”. Quem inaugura a coluna desta edição é o olindense José Paulo Ferreira da Silva, de 41 anos.
Paulo era cardexista (parece coisa de religião, mas não é), esse era o nome da função que exercia no almoxarifado de grandes empresas como a Queiroz Galvão e Usina São José, uma espécie de controle de material de produção. Não podia errar uma conta. Hoje a profissão não existe mais por causa da informática, mas foi por causa do trabalho que descobriu, aos 26 anos de idade, que tinha a doença de Parkinson. Sentindo tremores constantes foi procurar o médico de uma das empresas. Depois de muitas consultas, exames e diagnósticos errados, chegou a confirmação. Veio a aposentadoria. A vida ativa, o convívio social, o gosto pela dança (Paulo foi passista de escola de frevo de Nascimento do Passo na década de 80) e os sonhos de um futuro promissor foram “abafados” pela doença. “Eu tinha uma vida muito corrida, fazia cursos, estágios e trabalhava à noite. De repente tudo parou. Entrei em depressão”, lembra. Uma amiga indicou um terapeuta e a luta começou. “Fazia terapia no PAM Centro e fui encaminhado a um neurologista, que me receitou uma séria de medicamentos até eu encontrar um que melhorasse meus tremores. Demorou um pouco mas encontrei. Melhorei bastante, passei a me movimentar melhor e comecei a sair mais de casa, sem medo”, conta.
Paulo conheceu o trabalho da ASP-PE quando fazia fisioterapia. “Um amigo me indicou e fui bater lá. Participei de uma das festas de aniversário da associação e comecei a fazer novos amigos”. Ele lembra que foi indo para as reuniões na ASP-PE que veio a vontade de saber mais sobre a doença. “Passei a estudar tudo sobre Parkinson. Li muitos livros, jornais, artigos, tudo para saber o que fazer para melhorar a minha vida”. A troca de experiências, o convívio com quem tem a doença foi um fator muito positivo para melhorar o tratamento. Hoje ele faz natação, participa ainda de alguns encontros promovidos pela ASP-PE e se sente bem. “Eu digo sempre o seguinte: na dificuldade, procure ajuda, seja persistente e lute, brigue pelos seus direitos, ultrapasse barreiras e seja feliz”.

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